Dia 13 quinta a noite. Aprendi (como se já não soubesse), que intuição é importante, que seguir seus sentidos sempre vai te ajudar.
Dia 14 sexta a tarde, lembrei que os amigos são importantes e podem mudar sua vida.
Dia 15 sábado, nem sempre, quase nunca, você muda, você se permite, os outros cedem. Não adianta sofrer por isso. Talvez mudar alguns aos poucos já ajudam.
Dia 16 domingo - a vida sempre vale a pena, apesar do dinheiro pouco e felicidade pequena.
Acordei e desci na sala da pousada enquanto meus amigos ainda dormiram.
Vi meus medos conversarem. Trocarem ideia sobre varias coisas. Seres mais velhos, solteiros, safados, mais viventes que eu. Um deles me indicou um poeta:
Desculpa
(J. G. de Araújo Jorge)
Quero que me desculpe, amor,
este gasto coração tão viajado
tão tatuado de amores.
Quero que me desculpe, amor,
esta ironia que me defende contra a vida
e que te fere às vezes, sem razão.
Que me perdoe, também, essa alma turva
que não pode espelhar tua alegria
e onde em vão te debruças, imprudente.
Quero que me desculpe a minha vida
fim de novela que não dá sequer
para tecer um sonho pequenino
e aquecer teu coração.
Que que me desculpe, amor, porque fui cúmplice
do destino que tramou o nosso encontro,
e porque nada fiz, por covardia,
para evitar o mal que já sabia.
Quero que me desculpe, amor, tão pobre amor,
tão gasto amor, tão viajado amor,
resto de um pouco amor que ainda subsiste,
— que encontraste no cais, quando chegavas,
e eu já partia, embebedado e triste…
Em Os mais belos poemas que o amor inspirou IV/ J. G. de Araújo Jorge,
4ª edição, Editora Rideel Ltda., São Paulo (SP), pág. 119.
Só é a primeira hora da manhã.
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