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-\Music's future





Antes da pandemia do Corona Vírus já sabíamos de algumas coisas e acho que vale compartilhar antes de falar minha percepção a respeito:

As pessoas já preferem ouvir música em casa

O número de clubs, grandes shows e festivais caíram significativamente. Boa parte disso, claro, impulsionado pelos altos preços, custos extras (alimentação, bebidas superfaturadas, locomoção..) e por adequações ora obrigatórias pelos próprios espaços ora socialmente estabelecidas. A cidade já não vive seu momento cluber dos anos 90 onde cada quadra havia um espaço dedicado a uma boa party com fumaça de gelo seco e muitas músicas da gringa. Como comentei em outro post, vivemos um momento de nacionalização do pop e isso claro enfraquece este molde de festa eletrônica que é totalmente à parte das grandes festas populares brasileiras.

Coletivos e Home Party estão em tendência de crescimento

Pra que um club luxuoso com taxas abusivas se é possível estar em um lugar com o exato estilo de música que deseja e com um custo bem menor? Você fuma o que deseja, bebe o que deseja sai e volta quando desejar para comer ou mesmo para fazer suas coisas.
Foi na solução desde problema que surgiram os coletivos no Brasil, hoje sufocados pelo governo aqui em São Paulo, estes coletivos tem tentado trabalhar nos moldes de festas itinerantes em locais fechados e tem até tido algum sucesso nesse meio tempo. Claro que nunca será aquela mesma festa que acontece em um parque ou praça perdida na metrópole de São Paulo por isso acredito que se a política deixar, ainda veremos coisas boas neste cenário.
Mundo a fora por políticas de silêncio, restrição ao consumo de álcool ou mesmo para melhor aproveitamento da noite, a galera apela pesado para Home Party, que das mais elaboradas as mais simples, se resumem basicamente em reunir um bom número de pessoas conhecidas ou não para dançar, beber e socializar em casas com muito ou com quase nenhum espaço. Em São Paulo, curiosamente essa modalidade de festa foi melhor absorvida na periferia que nos grandes centros, talvez  por custos, talvez por questão de espaço, já que boa parte das casas e apartamentos nas regiões centrais não permitem no geral, barulho após as 22h. Temos no interior brasileiro a forte cultura do churrasco de fim de semana. Alguns acharão que seus churrascos tem apenas mais música.



Os tempos mudam, o comportamento humano quase não muda.

A gripe espanhola atingiu o Brasil entre 1918 e 1920 se não me engano. No mundo foi nesse mesmo período.
Vivíamos a era dos Coronéis aqui no Brasil. O mundo vivia seus "anos Loucos" com muitas mudanças e claro, com mutos traumas. A quebra da bolsa de 29 é um bom exemplo e talvez lucide o que quero dizer, quando uso o termo sentimento geral de perda.

Após este cenário (que não é muito diferente das crises e pandemias que estamos vivendo, dos anos loucos que estão vivendo).  A arte veio como antidoto para esse sentimento de perda! No cinema a ficção e a animação começou a ascender, afinal é importante sair dessa realidade ruim. Na música era o momento de desabafar, de sentir e de se fazer sentir através do Jazz.

Como disse no subtitulo, acredito que os tempos mudam mas as pessoas não mudam tanto assim. Não sei se o Jazz será o remédio, mas acho que com estes três pontos já posso tecer minha opinião do que nos espera pós pandemia.


Próximo Estilo de Música a fazer Sucesso

Não temos bolas de cristais, mas aprendemos muito com o passado. É um pouquinho chato analisar, mas no fundo e no final sempre se trata de possibilidades e eis a minha:

Não acredito que a curto / médio prazo teremos uma total desistência das festas. Estamos no Brasil e festa é algo do nosso DNA, ora por luta/resistência, ora para colocar toda nossa falta de pudor que o mundo tende a dizer que é feio. é o nosso jeito de dizer Foda-se! Depois desse jejum de festas muitos voltarão sedentos e outros mais inseguros vão demorar um pouco mais para retornar ao universo das festas.

Em longo prazo as festas estarão cada vez mais digitais, coletivas e em casa. No que dependesse de mim, Millennium, isso jamais aconteceria, mas a geração Z tem uma visão um bocado diferente de festas e de como gastam seus dinheiros com festas. Tudo é mutável e artistas, estilos, moda ou mesmo acontecimentos sociais podem alterar essa futura realidade, mas até termos indicio de algo assim, a tendência é sim de constante e longa redução no universo das festas. Mas as pessoas precisaram de novo nessa geração sair da realidade, extravasar.


Assim como nos anos 20 vivemos anos loucos. Nacionalismo segue forte no universo musical e por isso acho que Jazz precisaria de um grande nome e de certa modernização de letra e batida para funcionar, mas sim, funcionaria. Se Amy Winehouse estivesse viva, 2021 seria o ano perfeito para o lançamento de um novo álbum com seu soul moderninho e letras disruptivas.

Fato é que no nacional temos a nova MPB, neta da Bossa Nova que aliás, foi aluna do Jazz. Ela ainda pode ganhar mais força e fôlego nos próximos anos. Anotem. Isso claro, considerando o que temos nesse e até este momento.

E sua favorita Iann, música eletrônica? O também falecido Avicii ganharia mais adeptos e teria facilidade em navegar entre o americano e parte do global que as pessoas já internalizaram como nacional. Essa talvez seja a lição para os DJs que pretendem lançar músicas a partir do fim do ano (não é um bom momento para se tentar nada muito diferente). As melodias vão precisar falar de sentimento também, pois as letras já falam e não expressam o suficiente. Sabe aquele coro da música que não é composto de letra, mas só de uma melodia que fala mais que a música inteira? Tipo Melody? Sabe aquele trecho em que o cantor ou cantora solta um uuuuuu em continuidade de uma frase como quem uiva e nos faz ter aquela sensação de quem chora, tipo Clocks?

É disso que falo. O outro extremo também vale! A bagunça, o desordeiro aquele que expressa desobediência, raiva e se mostra contra o sistema vai reinar bem também.

O mundo vai entrar em alguns anos de crise daqui pra frente e em países como o Brasil a coisa promete ser um pouco mais pesada. Então, quem pretende embarcar nesse universo precisa além de tudo ser criativo, para monetizar com o pequeno. O olho gordo não sobreviverá.

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