Não eram almas em carnes e sim almas em almas que viviam naquele planeta. Seres que não enxergavam com os olhos mas com as mãos. Não havia necessidade de cheiro, sabor ou mesmo ouvidos pois eram coisas desnecessárias e não tão prazerosas quanto as sensações que vibravam no ar daquela atmosfera. Não havia arvores nem frutos, havia apenas relva imensa e finita que rodeava a vista de todos aqueles que ali viviam.
As casas estava abaixo da terra pois acreditam que ali é seu local de origem, o chão, o pó, o sub, o subterrâneo. Não há religião para esse povo interestelar, mas amam como uma necessidade vital para a vida e para a convivência. Incrível tribo planetária, sozinha e demasiadamente perfeita.
Sem máculas, defeitos ou mesmo presença de sentimentos.. Sim, qualquer descrição de sentimento dessa raça é meramente necessária para que possamos de alguma forma sonhar entender o que este povo emana e transmite.
Eles voam. De um jeito tão leve e sereno eles voam pelo tempo e espaço e enxergam todo o universo sem tirar os pés do chão. Suas mentes voam não como a imaginação humana mas como a presença de corpo que nós terráqueos temos, mas bem diferente de nós eles voam entre o passado e o futuro. Com enjoo olham a vergonha humana do passado e a sua vitória futura. Enxergam a destruição da terra e seu isolamento de terráqueos pelo descuidado com a desobediência e falta de consciência.. Neste mesmo voo enxergam a nova relva nascendo a nova atmosfera de graça surgindo.. vendo o nascimento de uma nova terra perfeita.
Dali um universo coeso, integro e pleno de si. Não, não é utopia. É um real que por enquanto todos enxergam.. menos nós aqui da terra.
Nos resta mandar sondas, mensagens e sons afim de que não olhem nem o vergonhoso passado nem o glorioso futuro, mas uma necessidade de intervenção no presente através de intercessão interplanetária.
Eles não são verdes, nem humanos.. São seres que me assistem de vários cantos do universo e multiverso, vendo minha queda e subida, a minha vergonha e minha possível gloria.
Que enxerguem o meu presente seres perfeitos e que parem de projetar ou lamentar. Que comecem a interceder por este filme vivo que assistem.
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