Ele tinha que escolher entre dois caminhos naquele 'Y' que tinha à frente. A mochila pesava e os pés cansados doíam.
A viajem não tinha destino e a frase "Qualquer caminho serve" deveria caber bem naquela situação, mas nem ele cabia.
Duas estradas iguais, chão batido sem curvas e longas o suficiente para a vista não ver o fim.
Se perguntava qual a mais bonita e com mais sombra. Dali o vento soprava igual para as duas.
- Duas estradas iguais para caminhos diferentes, como escolher a melhor?
Quase que cochichando ria baixinho e sozinho enquanto falava com o campo de mato verde, aquele verde de mato que vai secar.
Ao olhar para o tênis sujo e surrado viu uma formiga sozinha carregando um torrão branco e sorriu com sorriso discreto de quem não é obrigado a sorrir. Acompanhando os passos da formiguinha achou que ela escolheria o melhor caminho. Para sua decepção o final de sua trilha era o mato selvagem e quase rasteiro da bifurcação. Nem direita, nem esquerda.
Sussurrou: - Era só um caminho.. sem destino. Por que a dificuldade de escolher?
Dai lembrou o por que da viajem, lembrou e percebeu que não tinha opção. Ficando ou fugindo, teria que escolher algo.
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